terça-feira, 7 de abril de 2015

O CIENTISTA NU ESPELHO (2013 - AUREO JOÃO)


Blog de: Áureo João. Teresina, 14 de outubro de 2013


O Cientista é um ente
autocriado,
autocausado,
autodeclarado,
autodivinizado,
autoproclamado...
O Cientista,
se pensa...
se fecunda,
se pare,
se valida...
faz-se um ente de único gênero e espécie...
Fálico.
Por sua própria ciência e com esta só
e sua linguagem restrita, adoece e morre,
só...
O Cientista pensa...
que o mundo todo
e todo mundo
só existe
por causa de sua ciência apenas e
de sua prescrição doutoral.
O Cientista é escultor de si mesmo;
esculpe sua formosura e formatura;
talha sua matéria-prima, como criador e criatura.
Resultam belas esculturas e finas culturas.
Às vezes, não raro,
abestalhadas criaturas.
O Cientista é um devoto fervoroso.
Na sua trindade sagrada,
dogmática dura,
sua religião-ciência tem fé absurda.
Tradição, Método e Linguagem;
e uma comunidade fanática... Referenciada...
Crentes fanáticos em suas crenças,
os cientistas, aos muitos,
à semelhança de religiosos fundamentalistas,
nos tentam fazer crer como eles mesmos, em ismos e centrismos,
e nos aprisionar em suas correntes...
discípulos dos discípulos dos discípulos
e dos mestres que dominam suas cabeças...
nos perseguem pelas desobediências atrevidas, heresias e descrenças
No panteão da ciência-religião,
autores que se pensam deuses, outros divinizados;
livros sacralizados, teorias canonizadas;
academias-senzalas, adestramentos e açoites;
hierarquias, departamentalizações, citações;
rituais e normas, reificações,
valem mais que as vidas cotidianas manifestas...
apenas para os Cientistas mesmos; só.
Os cientistas inventaram
a Ciência e a Técnica,
o cronômetro mecânico,
os seus domínios sobre a Terra e os Oceanos,
e o estado elevado de sua Arte própria,
para nos livrar dos desígnios dos Deuses Todos,
da tentação do Diabo,
e das moradias do Céu e do Inferno,
Mas, agindo como se fossem Deuses e Diabos, padecem nas bestialidades de seus próprios eus apequenados. O inferno de si.
No currículo dos cientistas, há coisas que nos assustam:
Concorrências desnecessárias, às vezes desleais;
melindres, desafetos;
intrigas, ressentimentos;
estresses, muita pressa;
pressão, depressão, transtornos;
infartos; AVC;
aridez afetiva e espiritual,
apologia ao saber-poder;
solidão;
loucuras.
O Cientista fálico,
de razão e objetividade só,
adorador de sua trindade e do culto em si,
é um gênio tolo falador,
um idiotizado com dureza,
que não acha graça nos adornos e coisas simples da vida;
vive sem ternura;
uma besta que se acha culta e superior aos entes demais...
No plantel dos Cientistas,
autodivinizados,
abestalhados,
tolos,
idiotizados
bestas incultas,
há especiais criaturas.


Estas últimas criaturas são humanos que se sabem e nos sentem;
e sabem que sabem, e quando não sabem;
e sentem que sentem,
e intuem,
e poetam,
e riem livres,
e choram soltos,
e se encantam com os encantados,
e nos ensinam,
com ternura e adornos...
como homens, mulheres e pessoas...
e nos tornam melhores !!!...
São as nossas luzes... e nossos espelhos !!!

sábado, 11 de janeiro de 2014

E... Morreu (2014)

Boca entreaberta e mão espalmada
O leito tem o cheiro da espera
Silêncio.

Devagar o tempo para.
Uma aura sinistra.
Uma paz imprópria.

Em um ato abrupto
O corpo se levantaaaaa ahhhhhhhhh
Cai. Morto.

É tão poderosa essa impotência
Que nada resta a fazer, além de tomar café.
Uma forma tosca de engolir o nada.

domingo, 26 de maio de 2013

RONDA, 1953 (Paulo Vanzolini)

Paulo Vanzolini, pesquisador, poeta... Saiba mais:
http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/192/o-cientista-poeta-288077-1.asp

RONDA
De noite eu rondo a cidade 
A te procurar sem encontrar 
No meio de olhares espio em todos os bares 
Você não está 
Volto pra casa abatida 
Desencantada da vida 
O sonho alegria me dá 
Nele você está 
Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse 
Esse alguém me diria 
Desiste, esta busca é inútil 
Eu não desistia 
Porém, com perfeita paciência 
Volto a te buscar 
Hei de encontrar 
Bebendo com outras mulheres 
Rolando um dadinho 
Jogando bilhar 
E neste dia então 
Vai dar na primeira edição 
Cena de sangue num bar 
Da avenida são joão
............
Interpretação de Maria Betânia: http://www.youtube.com/watch?v=m1QOGybRmkQ

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Rima de amor (2007)

O dia brilhou
A chuva não veio...
 
Um anjo piscou
Você estava no meio
 
Deus te abençou
E teu amor me acertou de cheio...

(enviado por email  para Veronica Brasil, em 28.12.2007)

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Mansidão... (2013)

Na esquina encontro obscuros encantos
Que fogem resignados a partir do nada
Enquanto cedem o lugar para o desengano
E a memória se desfaz, inquieta.

Nada fica. Tudo se foi. E o que virá?
Tormento e desejo. Paz e sossego. Desamor e apego.
Um ritmo insensato e insano. Ao mesmo tempo, uma calma
Tão pouco revista.

Quebro teu rosto.
Mordo tua língua. Tenho ira!
Odeio com todas as minhas entranhas
Pelo quanto que me fazes perder tempo.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Que mais? (2013)

Se dói o peito, prende e não se respira
Que mais precisa para saber
Que não é possível parar

Se dói, incômodo e crescente
E a mente discorda
Que mais precisa fazer
Para superar?

Por favor, sua mente vai quebrar você inteira.
E sua vontade vai morrer frustrada.
Vendo você decidir ficar parada
Quando sabe exatamente o que deve fazer.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Excelsio Hominis et... Querer. Não Querer. Pensar!! Fragmentos em si. (2013)


Não quero que esses textos se percam nas páginas efêmeras da Internet.
Não quero propor uma divisão estúpida de tudo em “bom” e “mau” e “ponto final”. 
“Eu não quero ir para o recreio! Quero estudar!!!!!!”
“...não quero me comprometer/ não vou me comprometer/ e tenho raiva de quem se compromete com algo além do mínimo exigido em sala”
 (não quero aqui falar da vida pessoal de ninguém, que pode até ser pior...).
É obvio que não quero atribuir às diversas “escolinhas” de televisão, inspiradas na criação de Chico Anísio, a culpa pelo problema de auto-estima dos professores brasileiros,
Bem, não quero falar aqui das dificuldades da profissão, da violência manifesta dentro da escola e ainda dos baixos salários.
Não quero e não vou mais ser professor.

"Querida mãe, você sabe que eu te amo".

não foram escritos para agradar ninguém: foram escritos para fazer pensar.
É a desprofissionalização do profissional docente, que o induz a pensar como o escravo
a gente nunca pode ter uma ideia, nunca pode pensar sozinho.
Pensar independentemente é um pecado intolerável na academia, a menos que você seja um “medalhão”!
Já pensaram uma educação assim?! Há anos, fico pasmado diante desse pensamento!
Ao final, perguntei se isso não seria merecedor de alguma atenção e sugeri que se deveria pensar no caso.
me disse que “aluno não tem que pensar, tem que aprender”.
Eles foram impedidos em sua liberdade de pensar
Alguém que não aprendeu a pensar pode ser livre?
se descobrir como alguém que pode, simplesmente, parar, pensar e dizer não.

Já era hora de pensar isso de uma forma melhor neste país.

(*Fragmentos livremente extrapolados por mim! abusivos! Retirados de Celso Ferrarezi, professor Universitário. Ver:http://www.cferrarezi.com/, mas também divulgados em: artefatocultural.com.br)