As vezes fico pensando nos homens... talvez
desejando-os.
Como seriam se fossem comparáveis as estações do ano ?
Tanto que os saboreio ou divertem-me ! Seria bom vê-los assim:
Alguns são como o Verão. Chegam calientes, sudorosos.
Eu, de minha parte sinto-os quentes, mas as vezes de
tão aquecidos, queimam e embrutecem.
Amor com eles tem pouca distinção entre uma caminhada
infernal de meio-dia
Ou um exercício intenso em uma academia de ginástica.
Servem muito
para amar, mas pouco para descansar.
Outros, comparáveis ao outono, tem uma alma
desfolhada... uma promessa de frutos.
Eu, de minha parte, sinto-os delicados, transitórios. Incumplidos, indecisos.
Amor com eles sugere infidelidade. Precisam de tempo e
de fé para serem cativados.
Procuram a lembrança de que ainda são caçadores.
Aqueles que se prestam a primavera pretendem alegria,
extravagâncias, aventuras.
Colorir o mundo ou a vida é “experimentar” o dom de
iludir-se.
Entendem a delicadeza do Buffet, do Menu, do Petit Gauteau e da decoração do
ambiente.
De tão delicados, amor com eles sugere uma experiência
lésbica... ou o cúmulo da educação em pedir para ver a langerie em lugar de retira-las de você, enquanto escorre a
champanhe no seu corpo.
Alguns homens porém insistem em ser inverno. Precisam
respirar firme, esfregar as mãos, manter o silêncio... concentram-se para não
falhar.
Fecham os olhos nas preliminares. Mordem os lábios
para manter o ritmo. Espremem o próprio corpo quando se sentem intensos. Temem
agradecer. Desconhecem o outro corpo.
Auto-centrados, perdem-se nos próprios pensamentos.
Ama-los é decidir entre o Titanic ou
o Iceberg.
Homens. Estações do ano.
De tanto vê-los ou amá-los eu de minha parte prefiro-os
quando amazônicos: quentes e úmidos !
(Monterrey, NL, Mx, 1996)