terça-feira, 31 de maio de 2011

Estações homini (1996)


As vezes fico pensando nos homens... talvez desejando-os.
Como seriam se fossem comparáveis as estações do ano ?
Tanto que os saboreio ou divertem-me  ! Seria bom vê-los assim:

Alguns são como o Verão. Chegam calientes, sudorosos.
Eu, de minha parte sinto-os quentes, mas as vezes de tão aquecidos, queimam e embrutecem.
Amor com eles tem pouca distinção entre uma caminhada infernal de meio-dia
Ou um exercício intenso em uma academia de ginástica.
 Servem muito para amar, mas pouco para descansar.

Outros, comparáveis ao outono, tem uma alma desfolhada... uma promessa de frutos.
Eu, de minha parte, sinto-os delicados, transitórios. Incumplidos, indecisos.
Amor com eles sugere infidelidade. Precisam de tempo e de fé para serem cativados.
Procuram a lembrança de que ainda são caçadores.

Aqueles que se prestam a primavera pretendem alegria, extravagâncias, aventuras.
Colorir o mundo ou a vida é “experimentar” o dom de iludir-se.
Entendem a delicadeza do Buffet, do Menu, do Petit Gauteau e da decoração do ambiente.
De tão delicados, amor com eles sugere uma experiência lésbica... ou o cúmulo da educação em pedir para ver a langerie em lugar de retira-las de você, enquanto escorre a champanhe no seu corpo.

Alguns homens porém insistem em ser inverno. Precisam respirar firme, esfregar as mãos, manter o silêncio... concentram-se para não falhar.
Fecham os olhos nas preliminares. Mordem os lábios para manter o ritmo. Espremem o próprio corpo quando se sentem intensos. Temem agradecer. Desconhecem o outro corpo.
Auto-centrados, perdem-se nos próprios pensamentos. Ama-los é decidir entre o Titanic ou o Iceberg.

Homens. Estações do ano.
De tanto vê-los ou amá-los eu de minha parte prefiro-os quando amazônicos:  quentes e úmidos !

(Monterrey, NL, Mx, 1996)

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