Não consigo respirar...
A negritude preta
A pretitude negra
Não consigo respirar
No elevador do 5o andar
Que a infância curiosa,
Foi olhar o cachorro passear
Frente a patroíse negligente
Não consigo respirar
No sanduíche causado às laterais doentias
Na avalanche das vaidades daninhas
Na luta pra manter viva a solidariedade vizinha
Na arte que persiste
Não consigo respirar...
O medo em casa
O medo nos hospitais
O medo dos insanos
Então, abro os olhos
Abro os braços,
diante das sobras
E vejo o mundo...
compartilhando tubos de oxigênio
Não consigo respirar... sozinha.
Parar de respirar
Pela brutalidade alheia
Faz o ar da indignação permanente
Não. Não consigo respirar. Serei oxigênio.
domingo, 7 de junho de 2020
segunda-feira, 2 de setembro de 2019
DorDó (2019)
Dor.
Dó.
Dor.
Dó.
Dor.
Dó.
Dor.Dó.Dor.Dó.Dor.Dó.Dor.Dó.Dor.Dó
Dó.Dor.Dó.Dor.Dó.Dor.Dó.Dor.Dó.Dor
Imerecido.
Mer.ci.Dó.Dor
Merecida.
Dor.
Dó.
Dor.
Dó.
Dor dura
Dó nua
*in memorian por 30 de agosto de 2019. Que dó.Imerecida. Tanta dor.
Dó.
Dor.
Dó.
Dor.
Dó.
Dor.Dó.Dor.Dó.Dor.Dó.Dor.Dó.Dor.Dó
Dó.Dor.Dó.Dor.Dó.Dor.Dó.Dor.Dó.Dor
Imerecido.
Mer.ci.Dó.Dor
Merecida.
Dor.
Dó.
Dor.
Dó.
Dor dura
Dó nua
*in memorian por 30 de agosto de 2019. Que dó.Imerecida. Tanta dor.
domingo, 25 de fevereiro de 2018
Putresceína (2018)
Toque o meu tempo
Desfigure-me no suor
Transite-me no sentimento
Que embale minha dor
Ande sobre o vidro ou sobre o fogo
Percorra-me ante tanto dissabor
Mate-me no prazer ou na loucura
De contar os dias, os anos sem valor
Ó resto humano escorregadio
Batalha-me o cérebro, o coração, o pavor!
Mande-me luz ou fogo sem cor
Ó condescendente omissão da existência
Raspa-me os ossos diante do assombro permanente
Ó imponderável, arrasta-me nas stigmatas do presente.
Desfigure-me no suor
Transite-me no sentimento
Que embale minha dor
Ande sobre o vidro ou sobre o fogo
Percorra-me ante tanto dissabor
Mate-me no prazer ou na loucura
De contar os dias, os anos sem valor
Ó resto humano escorregadio
Batalha-me o cérebro, o coração, o pavor!
Mande-me luz ou fogo sem cor
Ó condescendente omissão da existência
Raspa-me os ossos diante do assombro permanente
Ó imponderável, arrasta-me nas stigmatas do presente.
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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
Perverso (2018)
Como seremos tão maus?
Como seremos tão bons?
Como podemos ter olhos
Que só envolvem os intestinos do mundo...
e
Como seremos tão maus,
Voltados à libido do ódio
Quanta insanidade meu Deus !
Voltados à razão pura do pecado
Tão capitais são os pecados.
Tão adorados pelo odiador.
Como alguém é tão incompleto?
Realizado no Ode à dor!
Tão mau. Tão putrefado.
Tão leviano... Como pode ser isto, Ó Senhor ?
Como seremos tão bons?
Como podemos ter olhos
Que só envolvem os intestinos do mundo...
e
Como seremos tão maus,
Voltados à libido do ódio
Quanta insanidade meu Deus !
Voltados à razão pura do pecado
Tão capitais são os pecados.
Tão adorados pelo odiador.
Como alguém é tão incompleto?
Realizado no Ode à dor!
Tão mau. Tão putrefado.
Tão leviano... Como pode ser isto, Ó Senhor ?
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Notas de Um Suicida (2018)
Se eu me matasse você não notaria
Não notaria nem sentiria
Se eu me matasse você não choraria
Mandaria mensagens instantâneas
Sua hipocrisia diria: não percebi
"Ela parecia tão bem"
Se eu me matasse você diria:
Escolheu ir pro inferno sozinha
Lembraria da cor amarela?
Postaria uma Nota de esquecimento?
Se eu me matasse você pensaria:
Quanta inutilidade. Morte escolhida, não paga seguro de vida.
Se eu me matasse quem saberia?
...
Mas se eu me matei, que importância isto teria?
Quanto luxo... nesta hipocrisia.
Não notaria nem sentiria
Se eu me matasse você não choraria
Mandaria mensagens instantâneas
Sua hipocrisia diria: não percebi
"Ela parecia tão bem"
Se eu me matasse você diria:
Escolheu ir pro inferno sozinha
Lembraria da cor amarela?
Postaria uma Nota de esquecimento?
Se eu me matasse você pensaria:
Quanta inutilidade. Morte escolhida, não paga seguro de vida.
Se eu me matasse quem saberia?
...
Mas se eu me matei, que importância isto teria?
Quanto luxo... nesta hipocrisia.
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sábado, 23 de setembro de 2017
Figuras (Eduardo Martins, 2017*)
Nenhuma forma de fora
Nenhum sentido cá de dentro
Parte figura não sai que flora
Flor que não tem sentido centro
Um constelato concreto forma
Fronha por fora palavra dentro
Flora de flor que não desfolha
Sentido quase buquê-invento
Nenhuma figura palavra forma
Parte de larva lavra seu centro
Forma palavra parte de fogo
Ser seu sentido cinza ao vento.
(Eduardo Martins, Professor UNIR. Livro A Palavra Falta, Ed.Temática 2a. Edição p.38)
Nenhum sentido cá de dentro
Parte figura não sai que flora
Flor que não tem sentido centro
Um constelato concreto forma
Fronha por fora palavra dentro
Flora de flor que não desfolha
Sentido quase buquê-invento
Nenhuma figura palavra forma
Parte de larva lavra seu centro
Forma palavra parte de fogo
Ser seu sentido cinza ao vento.
(Eduardo Martins, Professor UNIR. Livro A Palavra Falta, Ed.Temática 2a. Edição p.38)
quinta-feira, 29 de junho de 2017
Inexis-ti (2017)
E existes, existirás sob o céu
Ou sob minha vontade.
Não.
Existes, exclusivamente,
Sob minhas insônias
Sob meu refúgio.
Sim.
Inexistes.
Eres apenas a ausência de mim.
Fim.
Ou sob minha vontade.
Não.
Existes, exclusivamente,
Sob minhas insônias
Sob meu refúgio.
Sim.
Inexistes.
Eres apenas a ausência de mim.
Fim.
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