Ser de mel
Brilho que encanta
Alegria de paz
Canto de amor
Canto que faz
Dia de luz
Dia de paz.
Que me deixa com a alma vazia
Esvaziada de dor e de intenções
Preocupada com aceites, sem razões.
Dolorosa liberdade e tardia vontade de voar
Abraçar o mundo, no melhor dos mundos, não me cobrar
Interpretar o vento, pertencer ao olhar, ao abraço
Chegar em casa, me vê descalço. Em paz.
Longe de obrigações sociais.
Dolorosa liberdade sombria.
Agora há tempo para desfrutar-te... todo o dia
Sem medos, sem vazios, sem clamor.
Ser livre. Sem mendigar estar, onde não estou.
Agora. Eu vou. Eu vôo.
Eu vejo você. Seu desamor.
Eu me vejo: Livre de dor.
*imagem IA, ChatGPR+Flux-Pro
*magem gerada IA-FluxPro
Linda meninasozinha
quietinha
Dormindo
em nuvens
em planos
em sonhos
Andando
no céu
na lua
no rio
Vivendo
o dia
o sol
ao léu
Linda menina
Tão pura
Tão mel
*imagem produzida por IA-CoPilot, 2025.
Sobre mim a pressão do "tempo"
Esse tempo que não existe.
Esse tempo que é tempo do nada.
Esse tempo que é compromisso do lugar nenhum.
Do peso do inexistente
Do tempo para algum propósito
Que é o propósito de não ter tempo
Sobre mim a pressão do nada
Do inexistente que não caminha
Da vida que só termina
Nos ponteiros de um relógio
Que faz um tic-tac analógico
Que faz um nada astral
Que conta o indizível
Sobre mim a pressão
De ver que nada está realizado
Na mente do que foi construído
No corpo que envelhece
E pulsa pelo que não está feito.
Oh tempo do tempo que tem no tempo seu próprio tempo!
O tempo do não-ter-jeito...
Estou aqui.
Ainda.
Pelas mulheres de maio.
Pelos homens de outono.
Pela honestidade da luta.
Ainda estou aqui, tal qual estive "Logo Ali"
porque é ali que ela mora.
Bem pertinho da nossa cegueira.
Não tenho o tamanho de um prêmio.
Tenho a esperança de um Porto
Tenho o cultivo de um horto.
Tenho a liberdade da arte...
A-Grael do humano.
Suspirando em um Monte, numa estação de histórias...
subindo as Torres... traduzindo livros
De um filho que, após anos, documentou um pai.
Não desejo o prêmio, por eles.
Celebro a vida de poder ser povo.
Celebro o momento de ser eu mesma.
E no fim de uma memória, contemplar a História.
Recusar desaparecer.
Ser serva do presente.
E me fazer contente.
Quando o indizível, torna-me visível.
(*sobre a indicação ao Oscar 2025)