Ser tão diferente
Que tanta indiferença
Se torna imperativo
Para sobreviver no Nada.
Ser tão impura
Frente aos puros
Lidar com as diferenças
Impostas com indiferença.
Lidar com o mau
Com a indiferença real.
(*imagem gerada por IA Flux)
Ser tão diferente
Que tanta indiferença
Se torna imperativo
Para sobreviver no Nada.
Ser tão impura
Frente aos puros
Lidar com as diferenças
Impostas com indiferença.
Lidar com o mau
Com a indiferença real.
(*imagem gerada por IA Flux)
No cósmico e no telúrico
Como um ponto ou uma ponta
Tenho animus tradutores
Apontando-me a iluminação!
Tenho aura, tenho alma
Tenho ânima, tenho lâminas
Em um sentido, sinto-me inteira
Sou inteira nos pedaços de mim.
No cósmico a química da alegria
No mundo, me visto poesia
Isso tudo celebrando a vida
Sendo plena, em-feliz e luz todos os dias.
NOTA: * (*imagem gerada por IA DALLE)
Então nos disseram para temer
dizendo-nos que não tínhamos certezas
Chamaram-nos de ignorantes
rebatemos, mas de olhos líquidos
Insistiram que não sabíamos enxergar
respondemos, mas de dedos torsos
Acrescentaram que não tínhamos tato
então, confiamos, saindo do sonho
Dissemo-nos Isto não é certo, não é
não fazemos nada certo, e repetíamos
Isto não é certo, não é, não fazemos nada certo
e cedemos nossa cabeça em bandejas
deixamos nosso corpo e nossa casa
de mãos lavadas dando as costas a cipoadas
sem mais dizer
nada
[2]
À deriva não, não é à deriva
não há mar, foi sequestrado
quando houve, naquele tempo
quem naufragou, as horas suprimiram
No mar, quando alguém sucumbe
até o nome dos ossos se afogam
Não, não é, não é à deriva
não há túnel de vento, nem vento
a brisa já é uma velha desconhecida
quem a conheceu, o cemitério levou
Num túnel de vento, quem se perde
até as horas não presenciam
Estamos na escrita arruinada
sem morfologia nem sintaxe
e de nossa voz, o passado
já se olvidou que fomos um povo
Na ruína, do que fomos
nem o pesadelo resta
[3]
Somos insolúveis, e isso
não é drama, é tragédia
Olhamos adiante para repetir ontem
e quando envelhecemos
voltamos ao pretérito
Aí as horas nos enrijecem e jamais
tornamo-nos monumentos
Não nos adianta feriados nem férias
continuamos adiante
sem linha obtusa nem curva
Seguimos à vela, queimando
até extinguir nossas pernas
[4]
Não, nenhuma época foi
mais nem menos indigente do que esta
sabemo-nos existentes, é patente
somente da que vivemos, e não adianta
recorrer às enciclopédias
nem se imaginar no ciclo das águas
nelas não nos misturamos e passam
mas amamos, é verdade
uma sobressaltada mansidão
e até aprendemos a fabricar a calma
contudo, também odiamos
ou nos entregamos à invisibilidade
[5]
Para expatriar-se desta terra
sequer
precisamos sair dela
nem devemos
basta permanecer em seu colo
que logo sem teima
o exílio um dia chega
Estarmos lá não dá saudade daqui
que aqui já é
o lugar da ausência
Se alguém acaso disser Há horizontes
sabe-se, há horizontes em todo lugar
Se fizermos uma faxina
um dia
em todos os palácios desta terra e transformá-los
em casas de festa e de oferendas
aí deixaremos de aguardar
horas inexistentes
*Professor da Universidade Federal de Goiás - UFGO
(FONTE: https://ermiracultura.com.br/2016/12/02/cinco-poemas-de-jamesson-buarque/?form=MG0AV3)
CURADORIA: Curadoria de Luís Araujo Pereira
...POESOANALISE...
Dom Zairo, Professor UNIR
Campus Rolim de Moura
21.02.2025
Não há nas escolas
Uma patifaria mais
Badalada, mais
Queridinha da
Maioria dos mestres
E doutores
Que, transparência!
Porém,
Por trás dessa queridinha,
Rola de tudo:
Um falando dos outros
Pelas costas,
Outros puxando o tapete
De um,
Também pelas costas.
dom zairo
(*Dom Zairo divulga muito das suas produções por WhatsApp)
Jadson Porto, 15/02/2025*
Chegue...
Chegue mais perto
Minha poesia...
Seja...
Seja minha poesia
Minha fantasia
Minhas sensações
Minha sintonia.
Sou o seu poeta
Dentro de ti
Que explode em versos
Quando chegasse a mim.
Sois minha poesia
Minha música te dei
Sinta, minha poesia
Que um dia te dei.
Chegue mais perto
Minha poesia
Traga consigo sua alegria
Enquanto sigo a travessia.
Sou o seu poeta
Eu sou o seu autor
Que conduz a pena
Na folha, o criador.
Chegue mais perto
Minha poesia
E alegre
Minha estesia.
*Professor Jadson Porto, docente na Universidade Federal do Amapá.
*imagem produzida por IA-CoPilot, 2025.
Sobre mim a pressão do "tempo"
Esse tempo que não existe.
Esse tempo que é tempo do nada.
Esse tempo que é compromisso do lugar nenhum.
Do peso do inexistente
Do tempo para algum propósito
Que é o propósito de não ter tempo
Sobre mim a pressão do nada
Do inexistente que não caminha
Da vida que só termina
Nos ponteiros de um relógio
Que faz um tic-tac analógico
Que faz um nada astral
Que conta o indizível
Sobre mim a pressão
De ver que nada está realizado
Na mente do que foi construído
No corpo que envelhece
E pulsa pelo que não está feito.
Oh tempo do tempo que tem no tempo seu próprio tempo!
O tempo do não-ter-jeito...
Estou aqui.
Ainda.
Pelas mulheres de maio.
Pelos homens de outono.
Pela honestidade da luta.
Ainda estou aqui, tal qual estive "Logo Ali"
porque é ali que ela mora.
Bem pertinho da nossa cegueira.
Não tenho o tamanho de um prêmio.
Tenho a esperança de um Porto
Tenho o cultivo de um horto.
Tenho a liberdade da arte...
A-Grael do humano.
Suspirando em um Monte, numa estação de histórias...
subindo as Torres... traduzindo livros
De um filho que, após anos, documentou um pai.
Não desejo o prêmio, por eles.
Celebro a vida de poder ser povo.
Celebro o momento de ser eu mesma.
E no fim de uma memória, contemplar a História.
Recusar desaparecer.
Ser serva do presente.
E me fazer contente.
Quando o indizível, torna-me visível.
(*sobre a indicação ao Oscar 2025)